Osmar Lima

Ensino de Matemática – Uma Arte

A arte é um complexo de atitudes em busca do aperfeiçoamento. Desenvolve técnicas, ferramentas, sensibilidade, recursos de relacionamento, tudo na busca de resultados que sejam duradouros.

Na atividade de ensino, não se pode apenas contemplar o presente, mas também o futuro.

Assim, quando se ensina algo a um aluno, temos que estar com a atenção fixada nas decorrências deste ensino.

Exemplo: Ensinando frações, não podemos apenas nos limitar a transmitir ao aluno as técnicas de utilização mecânica de fórmulas. É necessário que ele compreenda de forma plena o significado de cada expressão.

O raciocínio matemático é abstrato. Os números são recursos, ferramentas, instrumentos que utilizamos como referenciais para ancorar e registrar o pensamento. Podemos mesmo dizer que, em essência, os números não são a matemática. Os sistemas que os utilizam é que são a matemática.

Grande parte dos alunos, têm dificuldade em lidar com abstrações, por isso as dificuldades com a matéria.

É claro que fazer muitos exercícios ajuda, mas quando o aluno os faz, apenas está sendo treinado para resolvê-los e quase tudo aquilo que aprende num ano, cai no esquecimento no ano seguinte.

Por isso a importância de que o aluno compreenda a essência do ensinamento, isto é, o sistema em sua plenitude.

Ensinar matemática com arte é desenvolver sensibilidade para sentir, durante a aula se os alunos estão compreendendo ou não. Não basta perguntar a eles.

É necessário sentir os alunos, sua capacidade de abstração.

Só assim é que podemos desenvolver, materiais, instrumentos e estratégias para possibilitar a interação com a mente dos alunos.

Uma aula não é uma palestra onde se expõe sobre o assunto enquanto os alunos a assistem passivamente. Uma aula tem que produzir o dinamismo do ensino, numa interação professor-aluno.

Somente nestas condições é que o ensino pode ser considerado uma arte verdadeira.

Fora destas condições, o professor apenas estará transmitindo informações e não conhecimentos.

As informações memorizadas o tempo pode consumir. O conhecimento é permanente.

Vamos comparar o ensino da Matemática com a execução de uma obra de arte, uma pintura por exemplo.

Para iniciarmos uma pintura, temos que possuir pleno conhecimento do tema, do contrário, o trabalho não tem sentido pois não podemos iniciar um trabalho sem um planejamento.

Para iniciar uma aula de Matemática, temos que ter pleno conhecimento daquilo que queremos transmitir. Somente assim é que podemos planejar uma estratégia de ensino. Precisamos, portanto, ter intimidade com a matéria.

Para fazer uma pintura, precisamos de vários recursos : tinta, tela, pincel, modelos, cavalete, iluminação, tempo etc.

Possuir estes recursos não basta. Precisamos conhecer todas as suas possibilidades e também suas limitações.

Sem o conhecimento das propriedades das cores, teremos dificuldades em combiná-las em busca de um bom resultado.

Os recursos para uma aula são: O aluno, o professor, o assunto, a comunicação verbal, a comunicação visual, a interação, o ambiente e o tempo..

Para ser arte, temos que contar com o componente boa vontade, interesse, dedicação, atenção, tanto do aluno como do professor.

Em resumo, não basta gostar de Matemática, mas gostar de ensinar .

Lembrando que dar aula, nem sempre significa ensinar.

Comparando com uma pintura:

O professor é o artista e também o recurso com seus conhecimentos
A formação do aluno é a obra que está sendo realizada
O assunto é o tema da obra.
A comunicação o pincel
A interação a combinação das cores e a textura da tela
O ambiente físico é iluminação e a temperatura no atelier
O ambiente psicológico é o estado de espírito do artista, como professor e do aluno
O tempo do aluno é o dimensionamento da tela.
O tempo do professor é a experiência do artista
As avaliações pela escola é a exigência do público.
Boa vontade é a qualidade da tinta.
O bom senso é a combinação adequada da tinta e do suporte, pois nem todo suporte (tela) recebe bem todo tipo de tinta Os alunos são diferentes entre si, portanto as estratégias de ensino tem que ser adequadas a cada caso.
O interesse é inspiração do autor e a aceitação da obra pelo observador.
O observador da obra é a comunidade
A dedicação é o amor à arte
A atenção é a consistência da tinta
O professor artista busca o prazer na arte de ensinar.

NA QUALIDADE DE ARTISTA PLÁSTICO VENHO, ULTIMAMENTE, LECIONANDO MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM DIFICULDADES NA MATÉRIA.

SÓ CONHEÇO A MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO, MAS É PARA ALUNOS DESTES NÍVEIS QUE ENSINO.

O QUE PROCURO DESENVOLVER SÃO MESMO AS ESTRATÉGIAS PARA INTERAGIR COM OS ALUNOS, LEMBRANDO QUE PARA CADA ALUNO HÁ QUE SE DESENVOLVER UMA ESTRATÉGIA PRÓPRIA, PARTICULAR, INDIVIDUAL.

QUAL É O DIFERENCIAL QUE FACILITA MINHA TAREFA ?

ENCARO O ENSINO COMO UM QUADRO QUE ESTOU PINTANDO.

ENCARO O TRABALHO DE ENSINO COM VISÃO DE ARTISTA.

MINHA AULA É UM PROCESSO DE INTERAÇÃO ARTÍSTICA COM O ALUNO.

DESTA FORMA, ENSINAMOS E APRENDEMOS JUNTOS NA ESCOLA E NA VIDA, RESPEITANDO AS DIFERENÇAS DE NÍVEL E DE EXPERIÊNCIAS, A RIGOR, SOMOS TODOS ALUNOS.

“PARA PINTAR UM QUADRO, TEMOS QUE SENTIR A OBRA. PARA LECIONAR , TEMOS QUE SENTIR O ALUNO.”

* Autor: Osmar Lima.